A batalha das Escolas

Com 4 meses o João foi para uma escolinha de Educação Infantil...eu tinha que voltar a trablhar e, com muita resistência, levei-o à primeira batalha. Óbvio que enquanto o João aparentava um desenvolvimento típico, tudo era maravilhoso...até que pequenas dificuldades começarem a aperecer!
João ficou na 1ª Escola até a Psicóloga me chamar e dizer que ele chorava ao trocar a fralda na sala de aula - detalhe - ele era o único a usar fraldas com 3 anos...Freud devia estar dando voltas em seu túmulo!!!
Troquei para outra Escola de Educação Infantil, já com o diagnóstico de TGD, onde o João foi muito bem aceito no primeiro ano...No ano seguinte, estávamos pagando a Escola e mais R$500,00 para que uma estagiária ficasse na sala, "ajudando" o João a se socializar. Isso durou até o dia em que eu cheguei para buscá-lo e meu filho, totalmente excluído da turma, montava um quebra-cabeças com a estagiária no canto da sala.
Finalmente me conscintizei de que precisava achar um lugar adequado e condizente às necessidades do João.
A primeira Clínica me pareceu ótima...a dona tinha vários mestrados e doutorados que, com o tempo, percebi servirem apenas para enfeitar o seu currículo. Mais uma batalha perdida...mas, com certeza, a ÚLTIMA!
Há três anos, João frequenta a Clínica Espaço Crescer e demonstra um crescimento que nos surpreende a cada dia.
Sempre soubemos que em algum lugar, haveriam profissionais iluminados e com reais intenções de ensinar...ensinar sendo desafiado dia-a-dia, valorizando cada conquista e , o mais importante, nunca desistindo!!!
Encontramos na Espaço Crescer a continuação da nossa casa, um lugar onde acreditam nas possibilidades do nosso filho e, com toda certeza, um lugar onde ele é MUITO, MUITO AMADO!!!

Medicamentos

Conforme a orientação do neurologista, após as crises, João saiu do hospital tomando Tegretol. Este medicamento o deixava extremamente sonolento e não segurava as convulsões quando ele tinha febre. Vivíamos ansiosos com qualquer gripe que o joão apresentava, pois nunca sabíamos o que poderia ocasionar.
Com quase 4 anos, finalmente começou a fatídica troca do Tegretol pelo milagroso Valpakine. Apesar de ter certeza da melhora do Jõao, havia o receio de supostas crises devido a retirada do medicamento. Graças a Deus - e ao médico é claro - João não tem mais convulsões desde aquela época. Mas as trocas de medicamentos não pararam por aí...
Eu sempre tive muito medo que o meu filho ficasse dopado e inexpressivo. Questionei várias vezes a terapeuta da escola e os médicos, que me pareciam perdidos quanto ao melhor para o João.
Depois de alguns anos, e uma médica segura e dedicada, João, com certeza, toma mais medicamentos do que eu gostaria, mas nos mostra um crescimento constante que me deixa muito feliz.
Hoje meus aliados são:
Amato 100mg, Neozine 100mg, Amitryl 25mg e Ritalina.
Tenho certeza que ainda há uma longa caminhada pela frente, mas com a ajuda da Dra. Fabiana e dos anjos da Clinica Espaço Crescer, João continuará mostrando "a que veio" e nos dando ainda muitas alegrias...

Nossa história!

    O ano era 1999...nunca vou esquecer daquela tarde quando meu marido ligou dizendo que nosso filho do coração, tão esperado, havia chegado. Fui para a casa da minha cunhada chorando muito, mal conseguia falar. Ela, compartilhando da minha mais intensa alegria, corria para me ajudar com roupinhas e acessórios que minha afilhada não usava mais. Uma ironia do destino, mas meu filho levou exatamente 9 meses para chegar...sim, uma gestação...sem ouvir coraçãozinho, barriga crescendo ou dores do parto...mas, com toda a certeza, o momento mais lindo vivido nesses 39 anos da minha vida.

    A madrugada foi de uma longa espera pois levamos 6 horas para chegar na cidade de onde voltaríamos com o nosso anjinho. Chegamos no hospital e vivemos um momento único... a enfermeira nos trouxe, todo enroladinho, magrinho, com mãos e olhos grandes o NOSSO filho..."olha o papai e a mamãe", disse ela...nossa...quanto tempo esperamos para ouvir estas palavras...PAPAI E MAMÃE! Tínhamos um filho, João Pedro... e este era só o começo de uma longa história de vida juntos...

    Entre fraldas, mamadeiras e noites em claro, ao completar 1 ano e 2 meses, João teve uma convulsão diagnosticada como convulsão febril.Ledo engano. Após 15 dias João estava internado na CTI de um hospital tendo uma convulsão a cada 4 horas. Não tenho como descrever o sofrimento de ver meu filho, meu anjinho, inocente e desprotegido, na mão de vários médicos, e sem um provável diagnóstico.

    A partir deste dia começou uma longa jornada de médicos, medicamentos e incertezas angustiantes que nos fragilizava a cada febre quando, mesmo com os devidos cuidados, as malditas convulsões apareciam.

    Quando João completou 4 anos conhecemos uma psiquiatra maravilhosa que finalmente sanou nossas dúvidas...seu diagnóstico: Transtorno Global de Desenvolvimento com espectro Autista. Quanto nome para nos dizer que nosso amado e tão esperado filho, jamais seria uma criança normal!

    Meu Deus!!! Porque conosco??? Quantas vezes fizemos essa pergunta e nos revoltamos por não termos uma resposta? Sofremos muito por não saber lidar com os desafios que tínhamos e, principalmente, com os que estavam por vir. Mudanças de Escolas, de médicos e de medicamentos eram uma constante. Mas de uma coisa tínhamos certeza...amávamos nosso filho e faríamos o melhor por ele!

    João nos ensinou que as nossas expectativas seguem o rítmo alcançado por ele. Que podemos vibrar quando, com 6 anos, ele pedala sua bicicleta ainda com rodinhas,,, ou rir quando pedimos para que traga seu sapato e ele aparece com o boné...

    Contamos com a ajuda e o carinho das pessoas que trabalham com João dia a dia na Clínica Espaço Crescer. Iluminadas e sempre atenciosas são de fundamental importância para o seu desenvolvimento e integração na sociedade.

    Hoje nosso filho está com 10 anos...fala do seu jeitinho especial, imitando os filmes da disney que ele adora...joga no computador sozinho...pula e brinca pela casa querendo sempre chamar nossa atençao...reconhece e adora seus primos e tem muito carinho, principalmente por quem ele se sente acolhido.

    João Pedro nos mostrou o amor incondicional...e hoje, após tantos ensinamentos questionamos Deus de uma maneira diferente: O QUE FIZEMOS PARA RECEBER ESTÁ BENÇÃO? Pois, com toda certeza, nosso filho é a nossa VIDA!!!